QUEM AMA O
BRASIL TEM QUE LER ESSE ARTIGO:
Le Monde:
popularidade de Bolsonaro lembra fascismo do período entre guerras na Europa!
O jornal Le Monde desta quinta-feira
(25) traz um artigo assinado por duas historiadoras francesas, especialistas em
Brasil. "Diante de um retorno do fascismo, a neutralidade não seria uma
escolha" é a manchete da publicação, que defende que a popularidade do candidato
da extrema direita à presidência, Jair Bolsonaro, lembra a dinâmica eleitoral
dos períodos entre guerras.
No artigo,
Juliette Dumont, professora do Instituto de Altos Estudos da América Latina
(Iheal), da Universidade Sorbonne Nouvelle, e Anaïs Fléchet, professora da
Universidade de Versalhes, descrevem o clima de violência que invadiu o Brasil, motivado
pelos agressivos discursos de Jair Bolsonaro. Enquanto o candidato do PSL
promete fazer "uma limpeza" de toda a oposição, "nas ruas do
país, suásticas e ameaças de morte cobrem os muros, enquanto multiplicam-se
agressões físicas contra militantes da esquerda, afro-brasileiros e membros da
comunidade LGBTQ", escrevem as historiadoras.
Segundo
Dumont e Fléchet, "desde a Segunda Guerra Mundial, raras foram as forças
políticas exaltando tão intensivamente valores e práticas do fascismo, com o
objetivo de se impor nas urnas em uma democracia ocidental". Para as
historiadoras, o fenômeno não acontece por acaso. Elas explicam que Bolsonaro é originário de uma facção extremista militar que, durante a
ditadura, defendia a repressão política e a tortura. Seu
discurso de "purificação nacional" evoca o projeto de submeter as
minorias à vontade das maiorias, prometendo terminar com toda forma de
militantismo. "Não são apenas derrapagens, mas a expressão de um dogma
articulado com uma concepção belicosa da política, na qual adversários
eleitorais são ameaçados de serem 'fuzilados'", ressalta o artigo.
As
historiadoras também explicam como, em 2018, esse discurso pode seduzir a
maioria da opinião pública brasileira, com o apoio das elites. Embora sejam
diversas, dizem elas, as razões não estão longe da origem do fascismo europeu.
Crise econômica, política, moral, aliadas ao aumento do ódio atiçado pelas
mídias, enumeram Dumont e Fléchet. Além do bombardeio de fake news nas redes sociais -
que começam a afetar até mesmo o conceito de verdade - e um envenenamento da
esquerda, associada ao comunismo, à criminalidade e à perversão moral. "No
pico desta torre de mentiras, se implanta o culto da personalidade, do 'mito'
Bolsonaro, um homem de bem que promete varrer o Brasil em ruínas para
reconstruir um novo mundo", publicam as pesquisadoras.
Entretanto,
Dumont e Fléchet lembram que o próprio candidato do PSL está envolvido em
diversos casos de enriquecimento ilícito e desvio de fundos públicos. Sem
contar a suspeita de caixa 2 em sua campanha, depois do escândalo de financiamento ilegal de um sistema de envio massivo de
mensagens de WhatsApp, revelado na semana passada pela
Folha de S. Paulo e as ameaças da família Bolsonaro à Justiça brasileira.
"Diante do retorno do fascismo, a neutralidade não seria uma escolha: o
candidato do PT, Fernando Haddad, pela democracia", concluem as
historiadoras em coluna publicada pelo jornal Le Monde.