Dono de estilo reservado,
caráter ilibado, honestidade implacável e hábitos simples, o JUIZ da Vara
Federal de Curitiba-PR entrou para a história do nosso país ao levar
EXECUTIVOS PODEROSOS ligados ao PT de EMPREITERAS FAMOSAS para a CADEIA e
se mostrar implacável no combate à CORRUPÇÃO da PETROBRÁS e da POLITICA
brasileira. Sempre que alguém o compara com Joaquim Barbosa,
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Moro desconversa. Ou
melhor, silencia.
O juiz da 13ª vara
federal criminal de Curitiba, que ganhou notoriedade à frente das
investigações da Operação Lava-Jato, não gosta desse tipo de comparação
nem de especulações sobre o seu futuro.
Há alguns anos, rejeitou
sondagens para se tornar desembargador, o que para muitos é degrau
natural para galgar a última instância do Judiciário. Moro afastou-se da
oferta por desconfiar de tentativa de cooptação por parte de um figurão
da política nacional que temia virar réu num inquérito que chegou à sua
mesa. Não fosse isso, ele daria outro jeito de recusar a oferta por
acreditar que ainda há muito o que fazer na prim eira instância.
Eleito pela REVISTA
“ISTO É” o "BRASILEIRO do ANO", SÉRGIO MORO não mostra sedução
pelo poder da toga.
De hábitos simples, ele
faz parte de uma rara safra de juízes que encararam a magistratura como
profissão de fé.
Não dá entrevista, nem
posa para fotos. Dispensa privilégios. Vai para o trabalho todos os dias
a bordo de um velho Fiat Idea 2005, prata, bastante sujo e repleto de
livros jurídicos empilhados no banco de trás. Antes, chegou a ir de
bicicleta.
"Quando eu chego aos
lugares, ninguém imagina que é o Sérgio Moro", conta, sorrindo.
Apesar de ter se tornado
o inimigo número 1 de poderosos, prefere andar sem guarda-costas.
Quem sempre reclama é a
esposa, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro, procuradora jurídica
da Federação Nacional das Apaes, instituição dedicada à inclus ão social
de pessoas com deficiência. A "sra. Moro" teme pela segurança
do marido, e dela mesma, afinal o magistrado se mostrou implacável com a
corrupção ao encurralar integrantes do governo do PT e levar, numa ação
inédita, executivos das maiores empreiteiras do País à cadeia.
Nascido
em PONTA GROSSA - há 42 anos, Moro é filho de Odete Starke Moro com
Dalton Áureo Moro, professor de geografia da Universidade
de Estadual de Maringá - morto em 2005.
Antes de ingressar na
Magistratura, seguiu os passos do pai. Integrou o mesmo Departamento de
Geografia da UEM e também deu aula nos colégios Papa João XIII e Dr.
Gastão Vidigal.
Obteve os títulos de MESTRE
e DOUTOR em DIREITO do Estado pela Universidade Federal do Paraná.
Seu orientador foi Marçal Justen Filho, um dos mais conceituados
especialistas em licita ções e contratos. Cursou o Program of Instruction
for Lawyers na prestigiada Harvard Law School e participou de programas
de estudos sobre lavagem de dinheiro no International Visitors Program,
promovido pelo Departamento de Estado americano.
Sérgio Moro criou varas
especializadas em crimes financeiros na Justiça Federal e traz no
currículo outras operações de peso. Presidiu o inquérito da operação
Farol da Colina, que desmontou uma rede de 60 doleiros, entre eles
Alberto Youssef.
A investigação fora um
desdobramento do caso Banestado, que apurou a evasão de US$ 30 bilhões de
políticos por meio das chamadas contas CC5.
Ciente de que os mecanismos
de lavagem de dinheiro evoluem e se tornam cada vez mais complexos, Moro
não para de estudar.
É um aficionado pela
histórica "Operação Mãos Limpas". Quando a compara com a Lava
Jato, não tem dúvidas: "É apenas o começo".
O caso que marcou para sempre
a política italiana foi deflagrado por um acordo de delação, mecanismo
inaugurado anos antes nos processos contra a máfia. Após dois anos de
investigações, a Justiça italiana havia expedido 2.993 mandados de prisão
contra empresários e centenas de parlamentares, dentre os quais quatro
ex-premiês.
Num artigo sobre o caso
italiano em 2004, Moro exalta os chamados "pretori d'assalto",
ou "juízes de ataque", geração de magistrados dos anos 1970 na
Itália que ganharam espécie e legitimidade ao usar a lei para
"reduzir a injustiça social", tomar "posturas
antigovernamentais" e muitas vezes agir "em substituição a um
poder político impotente".
O juiz SÉRGIO MORO se
identifica com essa geração e vê no Brasil de hoje um cenário semelhante
e propício ao combate à CORRUPÇÃO.
Na busca por um Brasil melhor!
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